A ROSA DE HIROSHIMA - VINÍCIUS DE MORAIS
Significado de A Rosa de Hiroshima
A Rosa de Hiroshima é um poema escrito pelo cantor e compositor Vinícius de Moraes, e recebeu esse nome como um protesto sobre as explosões de bombas atômicas na cidade de Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.
O poema de Vinicíus de Moraes foi adaptado para música, que foi lançada no disco de estreia do grupo musical "Secos e Molhados". A sua composição melódica é da autoria de Gerson Conrad, integrante do referido grupo, cuja formação inicial também incluía João Ricardo e Ney Matogrosso. A música é uma parceria entre Gerson Conrad e Vinícius de Moraes, foi imortalizada pela voz de Ney Matogrosso e lançada durante a Ditadura no Brasil.
Rosa de Hiroshima tornou-se um grande protesto, em forma de música, e aborda as consequências, o desastre que as bombas atômicas fizeram em Hiroshima e Nagasaki, onde em diversas passagens da música fala sobre os sentimentos em relação à guerra. A bomba é comparada com uma rosa, porque quando ela explode, parece com uma rosa depois de desabrochar. Uma rosa normalmente está relacionada com a beleza, no entanto, a rosa de Hiroshima remete para as horríveis consequências deixadas pela bomba atômica.
Rosa de Hiroshima acabou sendo uma das canções mais escutadas nas rádios brasileiras em 1973, e a revista Rolling Stone brasileira a classificou em 69º lugar entre as 100 Maiores Músicas Brasileiras.
Poema completo A Rosa de Hiroshima
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Depoimento de um sobrevivente de Hiroshima
Takashi Morita é um hibakusha – nome pelo qual são conhecidos os sobreviventes das explosões atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Ele conta o horror que passou durante a explosão da bomba atômica em Hiroshima e fala também sobre os problemas nucleares que o Japão vêm sofrendo após Terremoto e Tsunami que atingiu a costa japonesa em 11 de março de 2011.
Aos 21 anos, Takashi Morita presenciou o início da era atômica. Hoje, com 89, é dono de uma mercearia no bairro do Jabaquara, em São Paulo, e preside a Associação dos Hibakushas no Brasil.
Para o comerciante Takashi Morita, as imagens do Japão arrasado pelo terremoto, pelo tsunami e agora sob o temor do risco nuclear são um “pesadelo”. Aos 87 anos, ele é uma pessoa lúcida e bem humorado e mora em São Paulo desde 1956.
Ele conta como sobreviveu, em 6 de agosto de 1945, à bomba nuclear jogada sobre a cidade japonesa de Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial. A bomba explodiu a cerca de 1,3 km de onde Morita estava. Na época, ele era soldado da polícia japonesa e tinha 21 anos.
A bomba explodiu bem no centro de Hiroshima, a 580 metros de altura, numa bola de fogo que atingiu cerca de 230 metros de raio. Calcula-se que no hipocentro – o ponto em terra exatamente abaixo da explosão –, a temperatura atingiu de 3.000 a 4.000 graus centígrados. É mais do que o dobro da temperatura necessária para fundir o ferro, em torno de 1.500 graus. Os dados são do livro The legacy of Hiroshima, do físico japonês Naomi Shohno, citado numa reportagem que Roberto Pompeu de Toledo publicou em 1995 – cinqüentenário da explosão – na revista Veja. “Foi como sofrer um esbarrão do sol”, definiu Pompeu de Toledo. Um esbarrão que tirou a vida de dezenas de milhares de seres humanos.
Morita foi diagnosticado com leucemia duas vezes enquanto ainda morava no Japão, onde fez tratamentos. Desde que se mudou para o Brasil, apesar de problemas de coração e diabetes, nunca mais teve leucemia. Ele veio para São Paulo justamente para melhorar a saúde.
“Me falaram que São Paulo era uma cidade alta, com um bom ar. Aqui no país é bem melhor. Essa é a verdade. Quando saí do Japão estava doente da bomba atômica. Quando cheguei no Brasil acabou. A terra e o clima são muito bons, as pessoas, tudo. É o paraíso mesmo, aqui no Brasil”
HIROSHIMA ANTES...
HOJE...
